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Ações do Tamar no ES são discutidas em Workshop

12/09/2014 - Foram analisados esforço de marcação de Cabeçudas, estudo de fotopoluição, monitoramento na ilha da Trindade, dentre outros temas. Leia mais. ↓

Ações do Tamar no ES são discutidas em Workshop

Tartaruga-de-couro. Espécie desova no litoral norte do ES.

Foi realizado em 22 de agosto/2014, no Centro Ecológico de Regência-ES, o Workshop Técnico do Tamar no Espírito Santo com o objetivo de nivelar as ações realizadas na temporada que passou, discutir projetos e direcionamentos para a temporada 2014-2015. Os temas foram apresentados e analisados com a coordenação técnica e regional, executores de base, analistas ambientais, gestores e estagiários, num total de 21 pessoas.

O esforço de marcação de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), iniciado em 2005/2006 e realizado nas praias de Comboios e Povoação (km29 a km50), confirmou que os ninhos desta espécie estão concentrados em ambos os lados da Foz do Rio Doce. Houve diminuição do número de fêmeas marcadas pela primeira vez e aumento das remigrantes, sendo o intervalo de remigração, ou seja, o tempo que leva para uma fêmea voltar ao local de desova, de 2,4 anos. Dados apontaram uma média de 4 ninhos por fêmea por temporada, com intervalo de tempo entre uma desova e outra de 17 dias.


Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta)

Visando a diminuição do impacto das ameaças à vida das tartarugas marinhas nas áreas monitoradas pelo Tamar no Espírito Santo, um dos únicos locais de desovas regulares de tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) no Brasil, um estudo de fotopoluição foi realizado pela segunda temporada reprodutiva consecutiva nas praias de Comboios e Povoação. Foram detectados os pontos de iluminação mais prejudiciais às tartarugas, como a Vila de Regência, a Vila de Povoação, Lagoa Parda, UTGC e Barra do Riacho. A metodologia de trabalho está sendo analisada e ajustada para a próxima temporada, mas verificou-se que os pontos de maior desorientação de filhotes e fêmeas em processo de desova são os quilômetros 36 e 34 em Regência (em frente à vila), e 39 e 41 em Povoação (em frente ao campo de produção de Lagoa Parda), conta a coordenadora do Tamar no ES, Cecília Baptistotte.

Monitoramento em Trindade - Um panorama do monitoramento na Ilha da Trindade foi apresentado com dados coletados entre 2006/2007 a 2012/2013. Observou-se uma média de 3.290 ninhos protegidos, com 1.645 fêmeas por temporada, com  64% das ocorrências nas praias das Tartarugas e Andradas, e  95% delas acontecendo entre os meses de janeiro e março. Sendo assim, a nova proposta de trabalho para o monitoramento na Ilha da Trindade, que acontece com o apoio da Marinha do Brasil, deve concentrar os esforços entre dezembro e junho para garantir a série histórica de dados e dar continuidade ao estudo de tendência da população de tartaruga-verde (Chelonia mydas).


Filhote de tartaruga-verde. A ilha da Trindade é um importante berçário para a espécie.

Outro trabalho apresentado e discutido na reunião foi a captura intencional realizada no efluente final da siderúrgica Arcellor Mittal, local que concentra um elevado número de tartarugas. O trabalho de biometria, condição de saúde e padrões migratórios destes animais é realizado pelo Tamar na região há 14 anos. Observa-se que a maioria foi capturada apenas uma vez (84%), sugerindo que as tartarugas que por ali estão não são residentes no local.

Tartaruga Tartaruga-de-couro ou Tartaruga-gigante

FUNDAÇÃO PROJETO TAMAR ARACAJU – OCEANÁRIO - SE

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