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Nasce a segunda geração de tartarugas marinhas protegida pelo Tamar.

18/04/2010 - Um evento simultâneo será realizado em todas as bases do Projeto Tamar/ICMBio no Brasil, de Santa Catarina ao Ceará, em comemoração a essa grande conquista. Participe. ↓

Bases de todo país fazem soltura simbólica do filhote 10 milhões

Um dos mais importantes eventos comemorativos dos 30 anos do Tamar programados para este ano vai acontecer no sábado, 10/4, a partir das 16:30 horas: é a soltura simbólica simultânea do filhote número 10.000.000, nascido sob a proteção do Tamar, marca alcançada nesta última temporada (2009/2010). A soltura acontecerá em todas as bases de pesquisa do país, de Santa Catarina ao Ceará, inclusive nos Estados onde há mais de uma base, como é o caso de Bahia, Sergipe e Espírito Santo.

O oceanógrafo Guy Marcovaldi, coordenador nacional do Projeto Tamar/ICMBio, patrocinado nacionalmente pela Petrobras, chama esse evento de “o dia da volta”. Lembra que as tartarugas marinhas nascidas sob a proteção do Tamar, há 30 anos, quando o Projeto foi criado, só agora atingiram a maturidade sexual e estão retornando à praia onde nasceram para depositar sua primeira desova. Assim, os filhotes que nesta temporada seguem para o mar representam a segunda geração protegida pelo Tamar. “Os primeiros foram como filhos para todas as equipes envolvidas nos esforços de conservação. Estes, que nascem agora, são os nossos netos”, completa Guy Marcovaldi.

As solturas programadas de filhotes à beira-mar são tradicionalmente organizadas durante as temporadas anuais, contando sempre com a participação do público, entre turistas e as comunidades locais. Elas integram o pacote de ações do Tamar que visam a divulgação, informação, sensibilização e educação ambiental, pois os participantes aprendem um pouco sobre o ciclo reprodutivo das tartarugas marinhas. É uma das atividades que mais atraem o interesse do público, em qualquer praia onde aconteça.

Longo prazo - O Tamar mantém atualmente 23 bases de conservação e pesquisa, cobrindo cerca de 1.100km de praias em nove Estados do Brasil (Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina). A cada ano cerca de 20 mil ninhos são protegidos, gerando aproximadamente um milhão de filhotes/ano.

Desde o inicio, as ações de conservação promovem também o envolvimento das comunidades litorâneas. Para tanto foi decisivo o fomento de alternativas econômicas sustentáveis que geram renda e serviços diretos para mais de 1.300 pessoas das populações costeiras, proporcionando melhorias na qualidade de vida. “Hoje, as comunidades já compreendem que uma tartaruga marinha vale muito mais viva do que morta”, afirma Guy Marcovaldi.

Apesar dessas conquistas, completa Marcovaldi, as tartarugas marinhas ainda estão ameaçadas de extinção, sobretudo por artes de pesca como redes de emalhe, espinhel e arrasto, além do desenvolvimento costeiro desordenado, o lixo e a poluição do mar. Por se tratarem de animais altamente migratórios, de vida longa e maturação sexual tardia, é necessário dar continuidade às atividades de manejo, proteção e pesquisa, numa perspectiva de longo prazo. “Por isso, nossa meta principal é manter as estações de trabalho e orientar estudos que possam preencher lacunas de conhecimento sobre a biologia das espécies e o status das populações, contribuindo assim para um melhor desempenho das ações de conservação”.

Tartaruga Tartaruga-oliva

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